segunda-feira, dezembro 31, 2007

terça-feira, novembro 20, 2007

Viena 1

Estou a dever um post há semanas. É que, a viagem foi tão boa, e a chegada tão ruim, que ainda não consegui digerir. Essa gripe não me larga, e LF também está super-doente. Já há quem diga que temos que ir à bruxa, porque a inveja em cima de nós está por demais…rsrsrsrsrsrsrsrs.
Mas, como diria Jack, o estripador, “vamos por partes”.

Saída de Lisboa
- Jantar a correr, mas em excelente companhia. Conheci a Marcita e o marido. Casal fantástico. Super-simples e simpático. Adorei conhecê-los. Fiquei com muita pena do nosso encontro ter sido por pouco tempo, mas espero que se repita em breve.
- Avião da SkyEurope apertadinho. Mas, como em 99,9 por cento das vezes viajo em económica (só viajei uma vez em executiva e amei, mas o bolso não permite, né?) não dá para reclamar. Como foi de madrugada, dormi um bocado e nem senti falta de comidinha (é tudo pago à parte). Na chegada, um aeroporto que achei pequeno e sem muitas indicações em inglês. Enquanto a mala não chegava aproveitamos para comprar um bilhete no autocarro que vai até o centro da cidade e, melhor ainda, um passe para nós os dois, válido pelos quatro dias.
-No caminho para o hotel ainda estava um bocadinho escuro, e não vi muitas coisas. Além disso, pegámos o metro e aí é que não vi nada mesmo. O hotel ficava a uns 50 metros da estação de Taubstummengasse. Maravilha. Era o Hotel Johann Strauss, e eu adorei. Mal chegamos e compramos logo um City-Tour, para identificar os sítios a visitar. Edifícios lindos, monumentos maravilhosos, enquanto o guia contava um bocadinho da história da cidade.
- O trajecto parou no Palácio de Schönbrunn. Lindo, maravilhoso. Sinceramente, eu nem sabia para onde olhar. E quando descobri que pessoas ‘normais’ moravam lá, em apartamentos? (normais é o escambau, tem que ter muito dinheirinho para isso). Amei o passeio, mas detestei o final. É que o guia nos ‘esqueceu’ lá no palácio e o autocarro foi embora. Lá voltamos nós (eu, LF, duas amigas e um casal de açorianos) de metro até o local previsto para o fim do passeio, junto ao edifício da Ópera Nacional, em pleno coração da Ringstrasse. Nada grave, porque o passeio terminava ali mesmo.


- Chegando à Stephansplatz, somos recebidos pela Stephansdom (catedral de S. Estêvão). Linda, linda. Um cartaz anunciava que, no feriado de 01 de Novembro, haveria um culto especial, onde seria tocado o órgão. LF quase cortou os pulsos quando percebeu que, no sábado, iriam tocar o Requiem de Mozart. AAAAAAAAARGH.



- Voltamos para o Hotel e comemos qualquer coisinha, e tirámos uma soneca, porque ninguém é de ferro depois de uma noite sem dormir. Fomos depois até o Hofburg, onde fica o museu…… da SISSI!!!! Ele está dividido em duas partes e, como já era tarde, cerca de 16 horas, e o museu fechava às 17h30, só vimos uma, a exposição ‘Silver Collection’, onde estavam à mostra os utensílios (em ouro, prata, porcelana finíssima) que eram usados pela família real. Eu estava absolutamente encantada.
- Nesse dia fomos jantar num restaurante italiano perto do hotel. Eu estava cheia de medo dos preços, mas acabámos por pagar o mesmo que em Portugal. E a comida estava maravilhosa. Fomos dormir num quarto super-quentinho (estava frio em Viena, mas um frio muito gostoso).

quarta-feira, novembro 07, 2007

Gripe

Alguém quer um pouquinho de gripe?

quarta-feira, outubro 24, 2007

Eu vou, eu vou...

Eu devia ter entre seis e sete anos quando este episódio ocorreu. Não lembro se o meu irmão mais novo já era nascido, mas isso também não é importante:
Esse dia devia ser feriado, porque não fui às aulas. Sempre gostei da escola, talvez por me sentir muito solitária. Lembro, como se fosse hoje, do dia em que fui “barrada” no jardim-de-infância, porque ao invés de usar calças vermelhas em tecido, usava calças vermelhas de lãzinha. Para as directoras devia ser mais importante manter um sistema igualitário (era um jardim-de-infância público e, se calhar, eu parecia muito ‘phina’ com aquelas calças), do que ligar para os sentimentos de uma criança que foi proibida de entrar na escola. Lembro de chorar até soluçar em cima do balcão da padaria, ao lado da caixa registadora. Um trauma.
E porque nunca faltava às aulas – nem meu pai o permitiria, a não ser que eu estivesse já com um pé no caixão – penso que devia ser um feriado. Todos os dias, depois do jornal da hora do almoço, passava o “Vale a Pena Ver de Novo” e a famosa “Sessão da Tarde”. Eu adorava os filmes… Assisti muitos clássicos e romances “água com açúcar”, já que os clássicos mais densos ficavam para a madrugada (mas, eu só descobri a “Sessão Coruja”, como se chamava, quando cheguei à ‘aborrescência’).
Naquele dia estava programado um filme que marcou a minha vida e os meus sonhos de criança: “Sissi”.
A princesa era linda e a história era mais bonita ainda (para os meus pobres padrões românticos e infantis). Inesquecível a cena em que a irmã pensa que ele lhe vai entregar as rosas (o que simbolizava que ela era a noiva escolhida por ele), e o príncipe entrega à Sissi.
Devorei o filme e chorei rios de lágrimas pelos dois dias seguintes, porque passavam os outros dois filmes da trilogia e eu tinha que ir para o colégio. A minha mãe foi inflexível.
Para piorar, a Jaqueline, minha amiga lá na rua, também filha de portugueses, ganhou uma boneca Sissi. Era linda. Bem, eu tinha uma Susie, que a minha mãe trouxe quando foi à entrega do espadim do meu irmão Carlinhos. Mas, apesar do vestido comprido vermelho que ela tinha, não se comparava ao vestido de baile da Sissi…
Muitos e muitos anos depois, se não estava na faculdade estava prestes a entrar, vi num clube de vídeo os três filmes e outros com a mesma actriz, Romy Schneider. É claro que não sosseguei enquanto não assisti todos os que estavam disponíveis (A triologia da Sissi, Os Jovens Anos de uma Rainha, o Imperador e a Padeira, Ludwig).
Já em Portugal, comprei uma biografia sobre Sissi (A Imperatriz) e um outro livro onde romanceiam um ‘possível’ episódio de sua vida (A Valsa Inacabada).
Sempre que falava a LF que um dia gostava de lá ir, ele dizia que a Áustria era um lindo país (já lá esteve), mas que era muito caro.
Bem, o meu sonho de infância vai realizar-se na próxima terça-feira: Vamos até Viena! Eu vou ver o castelo da Sissi!

quinta-feira, outubro 11, 2007

O sonho

Amanhã assinalo 11 anos do meu acidente de carro.
Não vou dizer que parece que foi ontem. Pelo contrário. Parece que foi há dezenas de anos. Só lembro mesmo porque amanhã, no Brasil, também se comemora o Dia das Crianças e o Dia de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do país.
O que ficou desse dia? Bem… ficou umas cicatrizes na perna, uma ciática e mais algumas mazelas que, futuramente, vão dar as caras. O mais importante de tudo: um sonho absolutamente delicioso com o meu pai, e que vai me acompanhar pelo resto da minha vida.
Naquele dia, era um sábado, estava de plantão no jornal durante a manhã. À tarde, depois do almoço, fui deitar num dos meus lugares predilectos da casa: o sofá da sala, onde quase ninguém entrava. Dormi e sonhei…
Eu estava na Igreja da minha rua, sentada num dos bancos compridos, quando entrou um homem e sentou na minha frente. Fiquei com “a pulga atrás da orelha”, porque estava a reconhecer aquela nuca, aqueles cabelos, mas só consegui ver quem era quando ele se pôs de perfil. Eu disse: “pai?!”, e ele se levantou e saiu.
Encontrei com ele na frente da igreja. Eu chorava e dizia: “Pai, o senhor vive aparecendo para a minha mãe, porque não aparece para mim?”. Ele olhou para mim, deu um meio-sorriso e disse: “Adriana… Você é muito boba mesmo? Quem é que você acha que deixa a luz da cozinha acesa quando você vai beber leite de madrugada na geladeira?”.
Eu comecei então a rir e a chorar, porque eu tinha esse hábito. Muitas vezes acordava de madrugada e ia até o frigorífico, tirava o pacote de leite com chocolate e bebia um copo. Em várias ocasiões a luz da cozinha estava acesa e eu sempre achei que era o meu irmão mais novo, o Júnior, que esquecia.
Foi então que ele disse as palavras que nunca mais vou esquecer:
“Adriana, você é muito boba mesmo… Eu sempre vou estar do seu lado, eu sempre vou te acompanhar”.
Nesse instante eu acordei.
Naquele dia, à noite, tive o acidente. Eu fracturei a bacia, o fémur e a tíbia. Do meu carro pouco sobrou.
Quando acordei, lembrei desse encontro.
Nunca mais sonhei com o meu pai.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Considerações sobre o tempo



Há dias em que não devíamos levantar da cama… Principalmente quando a noite anterior contou com uma grande jantarada, e você ainda tem os petiscos todos no estômago.
Adiante, que isso corre o risco de tornar-se escatológico.
Os dias têm estado, hum, assim-assim. E eu meio que gosto-não-gosto de dias assim.

Gosto de não estar aquele calor estúpido que me deixa mole, mas não gosto de ter que ir para a rua com vento ou chuva.
Gosto de vestir roupas mais aconchegadas, mas não gosto de ter vestido muita roupa no frio da manhã e ver, ao meio-dia, um sol esplendoroso.
Gosto de dormir quentinha, mas não gosto de sair do ‘ninho’ de manhã cedo.
Gosto de lençóis de flanela (ainda não os coloquei), mas não gosto do tempo que a roupa demora a secar depois de lavada.
Gosto de usar botas, mas não gosto de ‘perder’ os meus pés de vista.
Gosto do cheiro da chuva na terra molhada, mas não gosto de perder a claridade do sol.


Não posso dizer que tenho saudades do verão, porque o deste ano não foi lá grande coisa. Mas, sei que daqui a uns tempos, já vou estar a reclamar que o calor nunca mais vem.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Para LF



Não esquece

quinta-feira, setembro 13, 2007

Tal e qual a Fénix...

A Fénix é uma ave da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e depois renascia das próprias cinzas.
Hoje estou assim... Fénix. Quase que literalmente.
Mais uma edição do jornal saiu hoje para as ruas, e no blog de um amigo, um grande elogio.

http://www.canildodaniel.blogspot.com/

Outra foto, do mesmo dia, recebeu hoje a aprovação para entrar no site www.olhares.com

http://olhares.aeiou.pt/fogo_que_arde_e_se_ve/foto1458569.html

E eu acabei por cremar as minhas tristezas, e ressurgir para um dia feliz...
Obrigada!

segunda-feira, setembro 10, 2007

terça-feira, agosto 28, 2007

quinta-feira, agosto 23, 2007

Mais um desafio...

O que estavas a fazer há dez anos atrás?
De certeza que estava a trabalhar

O que estavas a fazer o ano passado?
A recuperar de um fecho de edição e a trabalhar...

5 snacks que eu gosto:
Bolachas tuc e studels
Pistachios
Patês (vários tipos, menos sardinha)
Manteigas e cremes com alho (o hálito é que mata)
Amendoins tostados com mel

5 músicas cujas letras conheço de cor:
Quando te vi (Beto Guedes)
Romaria (Elis Regina)
Teresinha (da Ópera do Malandro)
João e Maria (Chico Buarque)
Luísa (Tom Jobim)

5 coisas que faria se fosse milionária:
Parava de trabalhar
Comprava um cafofo em cada uma das minhas cidades preferidas
Não contava tostões com livros e filmes
Passava um ano internada na Corporacion Dermoestética e saía como nova
Talvez acabasse por me animar e seguir um dos mandamentos de Deus… (cada um tire as suas conclusões)… Hum…. Acho que não.

5 coisas que gosto de fazer:
Gosto de dormir
Gosto de ver bons filmes
Já disse que gosto de dormir?
Adoro viajar
Nunca é tarde para dizer que adoro dormir

5 coisas que nunca voltaria a vestir/calçar:
Umas calças amarelo gema de ovo horrorosas, em cetim, que a minha mãe me obrigou a vestir em criança. Traumatizou, viu, mãe?!
Botas brancas
Top e short de Lycra (já não tenho “catiguria”)
Collants brancos
Babados e laçarotes (uiiiiiiii, tudo junto)

5 brinquedos que eu gosto
Bichos de peluche
A minha Barbie (sim, tenho uma)
Monopólio
Bicicleta
Puzzles

Vou meditar e depois digo para quem eu passo

lembranças...

segunda-feira, agosto 20, 2007

As minhas 7 maravilhas

A Paula fez o desafio e depois de um fim-de-semana de reflexão (leia-se dormir), aqui dou as minhas respostas. É difícil enumerar as minhas sete maravilhas, mas não podia deixar de dizer estas:

7- A Internet. Para mim, é uma das sete maravilhas do mundo moderno. Quando bem utilizada, pode proporcionar muitas coisas boas.
6- Filmes, filmes, filmes…
5- Viajar. Adoro conhecer lugares novos, mas também gosto de visitar locais conhecidos. Na verdade, desde que seja para sair de casa, estou sempre pronta.
4- Livros, livros, livros… Ah, se eu ganhasse no euromilhões…
3- Cavenca, em Riba de Mouro. A terra dos meus pais é sempre uma lufada de ar fresco na minha vida.
2- A vida de casada. Já foi muito má, já foi muito boa. Está agora a passar por um momento de calmaria. É difícil acertar os ponteiros. Ele não é fácil, mas eu também não sou. Contudo, se for pesar os prós e os contras, a gente se entende… e bem.
1- Claro que é a minha Mãe (nem podia ser outra).

Agora desafio:

O meu tio
A Raquel
A Holandesa
e o Ventor

sexta-feira, agosto 17, 2007

Tudo na mesma como a lesma


Tenho tido pouco a dizer. Não tenho feito nada de especial, não aconteceu nada de fantástico na minha vida. Se a Priscila estivesse aqui, diria: “Fogo, véio… é sempre a mesma coisa. Você nunca tem nada para contar”.
Mandei um e-mail, para o Consulado do Brasil, a perguntar pelo meu título de eleitor e outras coisinhas mais. Pensei que iria demorar séculos a receber uma resposta. Contudo, no mesmo dia já tinha as respostas, dadas pela Cônsul-Geral Adjunta, num e-mail muito simpático.
Fiquei mesmo feliz. Pena é que, quando lá for, vou passar horas à espera de uma simples informação. E também não vou conseguir resolver tudo num dia.

E para não dizer que não acontece nada, hoje é um dia especial.
Há 29 anos atrás ele apareceu no mundo.
Não lembro da minha mãe grávida (será que ‘apaguei’ propositadamente da memória?), mas recordo que, quando ele nasceu, no dia seguinte, ou depois, me levaram ao hospital para vê-lo.
O que lembro desse dia: eu estava tão gordinha, que as calças apertavam na cintura. Até a minha mãe se espantou com isso, porque eu nunca fui gorducha. Nessa altura, andava a comer quase uma bisnaga sozinha (carência? Medo do bebé que poderia tomar o meu lugar?).
Bem, não tenho muitas lembranças dele bebé, com excepção dos lindos caracóis que ele tinha e da sua cara de mau, sempre com os machinhos carregados. Quando ele fez um ano, a minha mãe cortou o cabelo dele, e lá foram os caracóis. O mau feitio continuou.
Conforme os anos foram passando, os nossos conflitos eram cada vez maiores. Ele não conseguia aceitar o facto de ter uma irmã (leia-se, mulher) mais velha e com mais direitos do que ele. Eu não conseguia perceber porquê ele teve todos os bonecos do rambo (e muitos mais), enquanto a minha “pepa” foi comprada pela minha mãe e irmãos quase às escondidas do meu pai.
Saímos na porrada inúmeras vezes. Também nos defendemos outras tantas.
Acho que um dos dias mais tristes na vida dele foi quando casei. Até hoje evito um bocado ver as fotos do meu casamento onde estamos juntos. Poucos conseguirão perceber, mas eu vejo que o olhar dele está carregado de sentimentos. Sei que ele sentia que o estava a abandonar.
Não é o melhor irmão do mundo, mas também não é o pior. Ele só precisa crescer, de verdade. Tenho pena, porque sei que ele é o tipo de pessoa que só aprende com os próprios erros, e eu sei que ele, infelizmente, comete vários, e ainda vai cometer muitos outros.
De qualquer forma, é o meu irmão mais novo (a bem dizer, o único que tenho).


Feliz aniversário, Júnior.

PS- Essa foi a mensagem que saiu publicada no jornal.

terça-feira, agosto 07, 2007

sexta-feira, agosto 03, 2007

Os meus livros

"Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro."

"ENCONTRO" (de Carlos Drummond de Andrade, 1956)
“No encontro malogrado entre a vida e Marciano(destrói o vento a haste sem que à flor cause dano)Deus murmura, de lado entre o divino e humano:- Comigo é que o marcaste”.
Hoje lembrei-me do livro “O Encontro Marcado”, de Fernando Sabino. É um dos livros da minha vida. Acho mesmo que é O LIVRO. E pensar que, quando cheguei a Portugal encontrei o personagem ‘de verdade’: O Daniel Abrunheiro.
No nosso jantar do Bodo estivemos a falar desse livro e acabei por sonhar com isso, com um encontro entre Daniel Abrunheiro e Fernando Sabino. Dois génios. O que falariam? Se calhar, nada… Trocariam livros, com anotações de rodapé feitas a lápis, e apenas assim iriam cruzar impressões… Sabe-se lá…

Tenho outros livros de estimação:

O Anjo Pornográfico

Comédias da Vida Privada



O Crime do Padre Amaro

O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Guerra e Paz

A Sombra do Vento
Esse foi um dos últimos que li e marcou-me para sempre. O meu cemitério dos livros esquecidos está no Brasil... Lá, dezenas de livros estão à minha espera. Quero trazer mais alguns comigo.

terça-feira, julho 17, 2007

O meu pai

(meu irmão mais velho e o meu pai, num dos seus raros momentos de lazer. Ambos já partiram)

O meu pai, se vivo fosse, faria hoje 82 anos.
Tenho pensado nele o dia inteiro. Acho que este ano sinto mais essa data por causa da morte do Sr. Menezes Falcão. Eram da mesma geração.
Já ontem pensava nele. É que, no tempo em que o meu pai nasceu, os registos não eram muito claros a respeito de datas. Já ouvi dizer que teria nascido a 16 de Julho, a 18…
Não interessa.
É engraçado ver como o tempo, ao invés de apagar, torna mais vivas as lembranças. Não há um só dia na minha vida em que não lembre de algo relacionado ao meu pai ou a minha mãe. Ora são pequenos gestos, ora decisões, ora momentos…
Nunca fui muito próxima do meu pai. Mas, não eram necessárias grandes demonstrações de afecto para sabermos o quanto nós nos queríamos bem.
Eu ainda não sabia ler e o meu pai comprava-me revistas da turma da Mónica e da Disney. Sempre. E eu adorava. Sabia as histórias todas, só de olhar os desenhos.
Lembro-me de estar na segunda série e, numa prova de redacção, escrever uma poesia. O facto chocou a minha professora, que levou a poesia à direcção. Escusado dizer que quase fiz xixi pelas pernas abaixo quando fui chamada à directoria. Isso nunca tinha acontecido antes. Fiquei apavorada. E quase desmaiei quando vi o que queriam. Fui praticamente interrogada sobre a autoria do poema. Porque uma miúda de oito anos nunca poderia ter escrito algo assim.
Fizeram uma anotação na minha prova. De louvor, de parabéns. Meu pai nunca me disse nada. Mas sei que ele e minha mãe guardavam aquela prova numa pasta de documentos, no armário, na sala da casa velha.

Acho que foi aí que decidi escrever.
Para horror (e orgulho disfarçado) do meu pai.
Horror porque ele vivia a dizer mal dos jornalistas e acabou por ter uma. Eu antes dizia que ia ser médica e ele enchia-me de livros sobre o corpo humano. O meu pai não acreditava em brinquedos e acho que se pedisse um… era capaz de dar, mas contrariado… acreditava em alimentação e educação. Ainda bem.
No final das contas, nunca me disse nada, mas tinha um orgulho danado da filha. Ou não fosse eu a única mulher no meio de quatro rapazes. Não… não é só por isso. Ele ficava inflado quando ouvia os outros a falarem bem do trabalho que a filha desempenhava. Acho que era tudo o que lhe importava.
Eu teria muito a escrever sobre o meu pai. O quanto ele ajudou as pessoas, o quanto ele era inteligente, honrado e muitas outras qualidades. Era severo, mas poucas foram as vezes em que o foi comigo. Tirando uma noite, inesquecível, em que esperou por mim à janela (já eu maior de idade, de carro e tudo o mais) e me desancou de cima a baixo. Acho que a frase “não estou a criar uma filha para ser vagabunda” ficou nos meus ouvidos dias e dias.

Ele dizia que não tinha medo da morte. Tinha receio sim, era de ficar inválido, de dar trabalho, sofrimento… não a ele… aos outros.
Fui a última pessoa a estar com ele naquele hospital. Lembro, até hoje, que o último olhar dele foi para aquela padaria, onde passou toda uma vida; lembro de fazer cócegas em seus pés para obter alguma reacção, naquele coma em que se encontrava há dias; lembro de falar ao seu ouvido que se ele quisesse partir, nós iríamos sentir a falta dele, mas iríamos entender, porque só queríamos o seu bem.
No dia seguinte ele partiu.
Seu rosto, no caixão, era de uma serenidade enorme. Arrisco-me até a dizer, de alegria.

Eu queria muito que o meu pai me visse hoje, e que sentisse de mim o mesmo orgulho que sentia quando eu era pequenina.
Um beijo, pai. Fica com Deus.

sábado, julho 07, 2007

Blogue com grelos

Já perguntaram o que significa o prémio "Blogue com grelos" e, por isso, decidi postar o que significa. Maiores informações, aqui:

"O Prémio "Blogue com grelos" premeia mulheres que, na sua escrita, para além de mostrarem uma preocupação pelo mundo à sua volta, ainda conseguem dar um pouco de si, dos seus sentires e com isso tornar mais leve a vida dos outros. Mulheres, mães, profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante. Que nos falam da guerra mas também do amor. A escrita no feminino, em toda a net lusófona tem que ser distinguida."

sábado, junho 30, 2007

Um prémio

Estou habituada a, uma vez por ano, sugerir alguns prémios. É que a Gala d' O ECO tem muitas coisas planeadas em conjunto, incluindo os Prémios António Serrano.
Não posso dizer que nunca recebi um galardão. Já recebi, na década de 90, um da Prefeitura de São Gonçalo, acho que por incentivar a cultura (trouxe o bichinho para Portugal e nunca mais olhei para a cara dele). Acho que, da cerimónia daquela noite, as únicas coisas que retive na mente foi o vestido vermelho que usava e os gritos dos outros jornalistas quando anunciaram o meu nome (o que me fez passar vergonha, porque o apresentador, a rir, disse que eu tinha uma torcida imensa).

Passados tantos anos, eis que recebo da minha chefe:

E, mesmo sozinha em frente ao computador, sem o acompanhamento "da galera", eu ainda ouço os gritos deles. E lembro daquela menina, e vejo como ela está agora, passados tantos anos.
E se naquela altura não podia indicar outras pessoas (que mereciam mais do que eu), agora posso:

A primeira é Paula Sofia. Demoramos a aderir à blogosfera. Eu já tinha tentado uma incursão, mas não tive sucesso. Foi com o incentivo dela que retornei. Mas, prefiro muito mais as coisas que ela escreve. Eu deliro com as aventuras do João, que é um menino espectacular. E sempre gostei do jeito dela escrever.

A segunda é a Janete. Claro que estava à par do seu talento para a fotografia. Já é um hábito "trocarmos figurinhas" sobre esse asunto. Isso apesar de, claramente, termos estilos diferentes. Eu gosto da fotografia instantânea do tipo "paparazzi", enquanto a Janete é uma artista. Adoro suas fotos a P&B, acompanhadas de pequenos poemas (esses eu não sabia).

A terceira é a Adriana. Cheguei até ela pelo nome, é claro, e por gostar muito da Holanda. Mas, uma coisa é visitar a Holanda. Outra é viver lá. Gosto do que ela escreve. É directa e sincera no que diz.

A quarta é a Vanessa. É jornalista, mora no Peru e tem um jeito muito gostoso de escrever, sobre vários assuntos.
Gostaria ainda de entregar o galardão à Cora, Maria, Denise, Márcia, Van or, Virginia, Ciça, Lu Brasil, Holandesa, Sofia, Agridoce, Karina, Carla, Ale, Giorgia, Ana, Renata, Flávia...
Beijos

quinta-feira, junho 28, 2007

Dia de mulherzinha

Dois posts num dia (e na realidade nenhum, porque só foto não deve valer e este também não).
Mas, eu não consigo resistir a divulgar este texto.
As mulheres vão entender...

Simplesmente saudades

Saudades de quem está do outro lado do oceano... Saudades de quem já partiu...

terça-feira, junho 26, 2007

Do amor e outros demónios

Ufa…
Foi muito tempo sem um post, umas férias de m*e*r*d*a e outras coisitas mais…
Marido doente (quem tem um homem adulto em casa sabe o quanto é triste vê-los voltar aos cinco anos por conta de tudo e qualquer coisa… miséria…). Ainda tive a secreta esperança, ao levá-lo ao Hospital, que decidissem ficar com ele. Pensei em pedir ao director (PELO AMOR DE DEUS!) que o acolhesse durante uma semaninha (uma espécie de spa - para mim, claro está)… Mas necas… O amor é phoda.
Desânimo, falta de colo de mãe, … uns dias mesmo solitários. Senti-me a verdadeira tiririca do brejo. Ainda hoje ouvi uma frase (disseram-me que é de Santo António) que cabe perfeitamente na minha vida:
“Só te pertence aquilo que podes levar contigo na hora de tua morte”
E como os meus cabelos ainda me pertencem (até ver), decidi fazer umas experiências malucas no computador. O resultado?


Ah, não poderia deixar de apresentar a ‘minha gata’, uma companheira super-desinteressada (cof…cof…), que me segue por tudo quanto é lado (principalmente quando estou com uma lata de comida para felinos na mão) e que dorme em qualquer sítio (principalmente na cama, do lado da sua ‘humana de estimação’ que tenta conquistar míseros cinco centímetros de colchão) … Um mimo…

E Pombal?
Continua melhor que nunca. A verdadeira terra dos fenómenos. Esta semana foi para tentar voltar ao ritmo, já que eu fiquei de boca aberta com míseros acontecimentos (férias é fogo).

segunda-feira, junho 04, 2007

Fazer o bem

Lembro de estar na Universidade (há uns 15 anos… uhuuuuu., como o tempo passa) e os estudantes de Medicina promoverem uma recolha de sangue. Nunca tinha participado e, por isso, entrei logo na fila.
Após muito tempo, quando cheguei à mesa, uma das moças me olhou de cima a baixo. Fiquei incomodada, afinal, eu não ia para nenhum concurso de miss para ser assim avaliada. E ela: “Suba naquela balança”. Subi. O visor apontou para os 47 quilos. “Não… você não pode doar sangue”. E eu, muito mais incomodada: “Por quê?”, e ela: “Deve engordar mais três quilos antes de doar sangue. O mínimo é 50”.
Saí ruborizada, afinal, eu nunca tinha chegado perto dos 50…

15 anos depois e 12 quilos a mais

Afinal, já consegui doar sangue. Só não o faço mais por causa das viagens ao Brasil. A cada vez que vou à terrinha são dois anos de quarentena.
Este fim-de-semana, consegui realizar outro objectivo: entrar na listagem internacional de dadores de medula. Aproveitei a reportagem da iniciativa, feita num colégio e a favor de uma professora com leucemia, para poder fazer a doação.
Não dói (só ficou um roxinho, mas porque sou super-branquela), não custa nada e você se sente super-bem com a possibilidade de poder vir a salvar uma vida.
Eu recomendo.
Por favor, não se iniba. Faça a sua parte e doe.

Maiores informações no:

Centro de Histocompatibilidade do Centro
Praceta Prof. Mota PintoEdifício S. Jerónimo - 4º piso - Apartado 9041 3001-301 Coimbra
Tlf: 239 480700Fax: 239 480790
e-mail: geral@histocentro.min-saude.pt

quinta-feira, maio 31, 2007

A minha família - parte II

Depois de ter postado uma foto dos meus avós maternos, senti-me na obrigação de ter também uma foto dos meus avós paternos.

Adriano e Albertina




A minha mãe contava-me que eu era para ser "Ana Lúcia". Só que... ela ainda estava na maternidade quando o meu pai chega e diz que 'tinha estado a conversar com uma senhora', que 'o nome Adriana é bonito' e que 'era uma homenagem ao meu pai'... E a minha mãe, pobre portuguesinha que nem um ano de Brasil tinha, a pensar: "Teve três filhos antes e só pensou no pai agora?! GRGRGRGRGRGR".

E assim surgiu a Adriana.

Isso dos nomes, na minha família, dá um post gigante... é cada história...

segunda-feira, maio 28, 2007

O primeiro "meme" a gente nunca esquece

O meu tio passou-me um "meme" e eu, parva de todo, fiquei orgulhosa sem sequer ao certo saber o que era um.

Fui correndo ao Google e a primeira definição veio da Wikipédia:

"Um meme, termo cunhado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller controverso O Gene Egoísta, é para a memória o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros) e outros locais de armazenamento ou cérebros. No que respeita à sua funcionalidade, o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Os memes podem ser ideias ou partes de idéias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma. O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética".



Eu tenho um meme que foi-me entregue pela minha mãe. Não é que me lembre dele todos os dias, mas considero-o muito especial na minha vida:



"Se teu amigo é mel, não o lambas todo"





Para algumas pessoas, pode ser um ensinamento banal, mas para mim é muito importante. Detesto conhecer as pessoas e colar-me a elas (ou vice-versa). Tenho uma grande amiga que não vejo há meses e, nem por isso, deixa de ser a minha amiga. Não é necessário gostarmos das mesmas coisas, não é necessário trocarmos prendas, nem nada disso. Falamos quando queremos ou precisamos - não há obrigações -, e não invadimos o espaço uma da outra. É uma excelente amiga, a irmã que não tive.

quinta-feira, maio 24, 2007

A Minha Família

Tenho um tio em Coimbra. É da GNR e tem dois blogs fantásticos - o MEMÓRIAS e o MOMENTOS -, que me enchem de orgulho. Para mim são muito especiais os seus posts sobre a nossa família. O que escreveu sobre o meu avô (aqui) e (aqui), sobre a minha avó (aqui) e outro em que publicou uma foto dos dois (aqui).

Tenho muita pena de nunca ter tido uma convivência familiar ao estilo tios-primos-avós...

Não conheci meus avós paternos. Não conheci o meu avô materno, e a minha avó materna vi apenas duas vezes.

João e Maria

quarta-feira, maio 23, 2007

Trigo limpo, farinha Amparo

Acordei hoje e vi, pela televisão, que a partir do ano que vem vai entrar em vigor o sistema único de pagamentos na Europa (SEPA).
E o que é isso?
Simples... Significa que os movimentos no multibanco (levantar dinheiro, carregar telemóveis, consultar saldos...) vão passar a ter custos. Isso tudo para que, em 2010, qualquer transação na europa custe o mesmo valor.
Fantástico, não?
Vou apoiar e muito essa decisão... Mas só no dia em que decidirem igualar o salário mínimo nacional a outros pagos na Europa...

Acho que vou começar a guardar dinheiro embaixo do colchão...

* suspiro *

sexta-feira, maio 11, 2007

A pedidos

Vou falar um pouquinho sobre os bastidores da Gala do jornal.
Das centenas de pessoas que passaram naquela noite pelo Teatro-Cine de Pombal, nem uma dezena delas sabe o trabalho que dá organizar um evento daqueles.
Foram dias e dias de grande stress, de ideias, de problemas e soluções.
Sempre digo que é impressionante o trabalho que temos e que se esgota em poucas horas, mas, também digo várias vezes que é um grande prazer observar o rosto das pessoas, a surpresa e o prazer que sentem naquela noite.
Com os convidados sentados (e muitos em pé), a gala começou e poucos eram aqueles que viam eu e a Janete, junto a um computador, lá atrás, a controlar um powerpoint com imagens dos homenageados. Escusado dizer que, lá de trás, ao ver o Teatro todo levantar-se para aplaudir o Gugu foi uma imagem que vai permanecer na minha mente durante muito tempo, tamanha emoção. Lembrei-me da homenagem que a Força Aérea Brasileira prestou ao meu irmão mais velho quando ele morreu… Os bons morrem cedo… Eu acredito nisso.
Adiante…



Quase ninguém sabia que eu tinha combinado com a nossa equipa de subir ao palco, depois do discurso da Paula, para lhe entregar flores. Afinal, homenageamos a todos e nunca a nós mesmos. Eu tinha passado a semana inteira a dizer que ia subir ao palco e sambar, por isso, quase não me contive ao ver o rosto “chocado” com que ela me contemplou, ao ver-me subir. Ainda arrisquei um passinho de dança, mas ela parecia tão assustada que nem continuei…rsrsrsrsrsrs.
Logo a seguir, os amigos do Gugu decidiram fazer uma homenagem e, juro, pensei que tinha “rios negros” de rímel quando saí do palco. Foi comovente.
Bem…
Quem me conhece sabe que tenho um jeito muito desportivo e sabe que, apesar de ser apenas uma vez ao ano, usar um vestidinho todo cheio de salamaleques e sapatos de salto não é para mim. E fiquei um bocado nisso: ia lá fora recompor-me, tratar de detalhes e falar com algumas pessoas; voltava para a gala e apreciava o fruto do nosso trabalho.
O concerto da Mafalda Arnauth foi muito bom. Não a considero “A VOZ”, mas acho que isso tudo é compensado pela forma como ela interpreta as músicas. Não gosto de ouvir grandes cantores se eles forem mecânicos. Aprecio o contacto com o público e mesmo alguns erros quando sei que são de coração. Adorei o concerto.
Na hora do champagne de honra os meus pés já tinham pedido o divórcio de mim. Contudo, como eu me amo, não podia deixar que essa separação ocorresse e, rapidamente calcei minhas amadas botas rasteiras.
ALEGRIA, ALEGRIA…
Foi aí que comecei a curtir, em grande, a Gala. A bebericar um champagnezinho, a falar com um, com outro… Ah, as bolhinhas que saíam do flute eram a minha felicidade, uma parceria que quase terminou mal numa operação stop.
A noite continuou no “No Milk” com um grupo realmente fixe.
Foi a nossa sexta Gala. Dessas, só perdi uma (estava no Brasil), e acho que são cada vez melhores.

sexta-feira, maio 04, 2007

quinta-feira, abril 19, 2007

Dor de cabeça


Pensei que o dia fosse correr bem.

Engano meu. Estou cheia de dor de cabeça.

Cheguei em casa e adiantei o jantar. Sentada no sofá, até o telejornal desanima.

Há meses tenho medo de uma depressão. Poucos imaginariam isso.

Eu devia conseguir pôr tudo para fora. Não consigo. Não é de mim. Meus sapos são cururus gigantes.

Gostava de deitar e dormir meses seguidos. Não me permito. Não posso. Meus deveres são grandes.

Poucos sabem as minhas responsabilidades. Dói-me a cabeça. Dói-me a cabeça.


terça-feira, abril 17, 2007

A pergunta e a resposta

Nos últimos tempos tem aumentado o número de pessoas que me faz A PERGUNTA!!! Proporcionalmente ao aumento da minha idade.
E o que é A PERGUNTA???
É aquela frase, em tom interrogativo, que ou me irrita profundamente de cara ou me chateia por não ter a resposta que os outros querem ouvir.
E qual é A PERGUNTA???


Então, e filhos???

Arre… Mas que melgas… Acho que já utilizei todo o stock de desculpas que existe no mercado. E o pior é que ninguém aceita as minhas respostas.
Dizem que sou egoísta. Dizem que não tenho coração. Dizem que estou a perder o melhor do mundo…. Dizem tantas coisas. E insistem, como se fossem me demover da decisão de não ter filhos.

Eu tenho A RESPOSTA!!!
Mas é minha.

sexta-feira, abril 13, 2007

A minha mãe

Ela não é uma mulher comum: é a verdadeira SUPER-MULHER!
E o melhor: É A MINHA MÃE!!!!!!!!
A minha mãe é uma mulher que está a lutar pelo seu lugar, de direito, no ranking das melhores pessoas do mundo.
É bonita, inteligente, sensível, amiga, leal, cúmplice...
Nossa, a minha mãe é tanta coisa boa que eu ficaria anos a escrever aqui sobre ela.
Quem for seu amigo, é uma pessoa de muita sorte no mundo.
Mas, a mais sortuda mesmo sou eu... Porque tenho a felicidade de tê-la como mãe!

A minha mãe vai operar hoje, dia 13, às 13 horas (Brasil).
Vai dar tudo certo, mãe! Um grande beijo no teu coração!

quinta-feira, abril 05, 2007

Antes que me esqueça


Feliz Páscoa !!!!

Lavar a alma


Quando escrevi o meu post sobre racismo, terminei com um:
O que mais posso dizer? Fico triste, claro que fico triste...
Bem, agora, depois deste cartaz dos Gato Fedorento, só posso dizer:
Fico feliz, claro que fico feliz...

quarta-feira, abril 04, 2007

Um dia de fúria


Eu só não me bato porque não ia me bater o suficiente. Por quê eu tenho uma boca tão grande? Por quê eu tenho a mania de querer ajudar(?) / ensinar(?) aos outros? Eu tenho mais é que ficar no meu canto.
Vai dar com os burros n’água sozinho.
Irra… esse puto é um autêntico “garoto enxaqueca”.

sexta-feira, março 30, 2007

Borboletas


Li num site que, nos próximos dias, parte de uma estrada próxima de Yunlin, em Taiwan, será fechada ao trânsito para criar uma passagem segura para milhares de borboletas. É que as borboletas vão fugir do inverno e migrar para um vale montanhoso e de clima ameno perto da cidade de Kaohsiung, no sul da ilha, para reproduzir e morrer.
Achei tão bonita essa atitude de cuidar das borboletas... Hoje em dia é muito raro encontrar isso com pessoas, que dirá com borboletas...

quinta-feira, março 29, 2007

Racismo

Poucas vezes senti o racismo em Portugal. Talvez porque, à primeira vista, eu não pareça brasileira. Quando isso ocorre, não ligo. Quer dizer... Não ligo, mas fica um travo amargo na boca quando lembro.
A última vez foi há cerca de uma semana, em pleno centro de Pombal. Um indivíduo estava a vender autocolantes (desses em prol dos toxicodependentes) e eu ia para uma conferência de imprensa na Câmara. Bem, o homem salta na minha frente e dispara logo: "Estou autorizado pelo Governo Civil a fazer esta iniciativa...", ao mesmo tempo em que coloca o autocolante na minha mão, que já estava levantada para dizer que não.
Fiquei assustada e parei, ao mesmo tempo em que começava a dizer que estava atrasada para uma conferência e... Nem pude continuar. O homem tirou o autocolante da minha mão, olhou nos meus olhos e disse, com desdém: "Ah, brasileira".... Virou-me as costas e foi embora à procura de outra pessoa.
Na altura só me deu vontade de rir. Nunca pensei que o facto de ter sotaque brasileiro fosse afastar pedintes.
Depois, fiquei com uma tristeza imensa. No fim-de-semana, Salazar foi eleito o maior português de todos os tempos. Fiquei mais triste ainda.
Hoje leio que o Partido Nacional Renovador (PNR) lançou uma campanha contra os imigrantes. No Marquês de Pombal, em Lisboa, há um cartaz onde está escrito: “Basta de Imigração. Nacionalismo é solução. Façam boa viagem.”

O que mais posso dizer? Fico triste, claro que fico triste...

quarta-feira, março 28, 2007

9 anos

Hoje, comemoramos nove anos de casados. Muitas alegrias, muitas tristezas... O balanço está equilibrado. Mesmo quando se casa aos 26 anos, não sabemos nada. O amor é uma loteria, um jogo. Já dizia o meu avô sobre uma prima da minha mão: "à fulana saiu-lhe copas". Nunca soube o que isso queria dizer.
Pouco lembro do dia do nosso casamento, uma quente noite de outono no Brasil. Não sei porque, tenho apenas pequenos "flash's"na mente. A juíza a juntar as nossas alianças e a montar o símbolo do infinito, um oo; a minha mãe com cara de quem queria matar o mundo; a minha alegria e tristeza. Alegria por fazer algo que queria muito. Tristeza porque sabia que a minha família não aprovava.
O tempo passou e colocámos à prova todas as promessas: na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença...
Com ele cresci, mudei. Tornei-me mulher. Mais forte.
9 anos... parece que foi ontem.
Parabéns, LF. Faço muitas queixas de ti, mas eu também não sou fácil. rsrsrsrsrs

Vamos sair para jantar fora, vou comprar uma pequenina garrafa de champagne para brindarmos. Os chocolates já estão na bolsa (a TPM está a passar, mas continua o desejo pelos doces).

segunda-feira, março 26, 2007

A TPM

Li isto no Blog da Van Or e, como é a minha cara, peço muuuuuuuuuuuita licença para postar cá (com os devidos créditos, é lógico:

A mulher está em TPM quando:
1- Um chocolatinho resolve qualquer rusga;
2- Um beijo sem língua e sem a palpação dos seios potencialmente doloridos, acompanhado de um terno sorriso de "gostou, meu bem?", depois da deglutição do chocolate preferido que você acabou de dar pra ela, é recebido com lágrimas nos olhos (e, muitas vezes, um abraço repleto de soluços) ALERTA VERMELHO: não vá você pagar o mico de perguntar "o que houve, querida, por que você está assim?"; fique bem quietinho, e ponha-se no seu lugar!);
3- Chora porque não consegue acender a porra do aquecedor a gás, e aproveita a momentânea frustração pra se atirar no chão e nadar crawl em suas próprias lágrimas, porque não há solução pra Humanidade, o efeito estufa vai transformar o mundo num filme catástrofe e ela nem sabe por onde começar a fazer seu imposto de renda (mas tudo isso se reverte com o item 1);
4- Chora quando vê um bebê na rua sorrindo pra ela, justo no momento em que ela está desperdiçando mais um óvulo irreversível (vide item 1);
5- Buzina e xinga, gritando pela janela, numa mesma frase sem vírgulas e com trezentas palavras, o motorista da frente, que teve o desplante de não arrancar instantaneamente com aquela bosta de carro no exato momento em que o sinal ficou verde (vide item 1).
------------------------------------------------------------------------------------------------
Sei não... acho que estou é Possuída pelo Demónio...

quarta-feira, março 21, 2007

Primavera

Hoje é o primeiro dia da Primavera e... não faz tanto frio como ontem, mas faz frio...
Sinto-me dividida: estou cansada e estou descansada. Cansada de ontem e descansada porque já passou mais um fecho de jornal.
Para variar, agora à tarde surgem notícias de contratempos. Arre... Às vezes tenho a impressão que, neste mundo, há mais gente sacana do que gente "normal".

terça-feira, março 20, 2007

Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Criado há uns 3 mil anos, este blog foi tão abandonado... Coitado...
Agora limpei as ervas, tirei as teias de aranha... vamos ver se desta vez ele segue...