Para ver
- quando tudo parece difícil
- quando nada parece fazer sentido
- quando as pessoas brigam por coisas sem motivo
- quando a luz parece (será?) não estar no fim do túnel
E principalmente para ver quando você pensa que conhece alguém, confia, e, na realidade, não conhece, e se magoa...
Porque há coisas muito mais importantes no mundo
segunda-feira, janeiro 21, 2008
segunda-feira, janeiro 14, 2008
quarta-feira, janeiro 09, 2008
Viver cá
Adoro essa publicidade. Não está completa, mas foi a que consegui encontrar.
E num dia cinzento como hoje, em que não há esperança de nada, para nada e por nada, apetece-me "cair na real". É que estou em Portugal.
A publicidade toda diz:
"Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos da parede.
Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me a fúria de espuma das ondas e o grito do golo.
Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.
Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal".
segunda-feira, dezembro 31, 2007
terça-feira, novembro 20, 2007
Viena 1
Estou a dever um post há semanas. É que, a viagem foi tão boa, e a chegada tão ruim, que ainda não consegui digerir. Essa gripe não me larga, e LF também está super-doente. Já há quem diga que temos que ir à bruxa, porque a inveja em cima de nós está por demais…rsrsrsrsrsrsrsrs.
Mas, como diria Jack, o estripador, “vamos por partes”.
Saída de Lisboa
- Jantar a correr, mas em excelente companhia. Conheci a Marcita e o marido. Casal fantástico. Super-simples e simpático. Adorei conhecê-los. Fiquei com muita pena do nosso encontro ter sido por pouco tempo, mas espero que se repita em breve.
- Avião da SkyEurope apertadinho. Mas, como em 99,9 por cento das vezes viajo em económica (só viajei uma vez em executiva e amei, mas o bolso não permite, né?) não dá para reclamar. Como foi de madrugada, dormi um bocado e nem senti falta de comidinha (é tudo pago à parte). Na chegada, um aeroporto que achei pequeno e sem muitas indicações em inglês. Enquanto a mala não chegava aproveitamos para comprar um bilhete no autocarro que vai até o centro da cidade e, melhor ainda, um passe para nós os dois, válido pelos quatro dias.
-No caminho para o hotel ainda estava um bocadinho escuro, e não vi muitas coisas. Além disso, pegámos o metro e aí é que não vi nada mesmo. O hotel ficava a uns 50 metros da estação de Taubstummengasse. Maravilha. Era o Hotel Johann Strauss, e eu adorei. Mal chegamos e compramos logo um City-Tour, para identificar os sítios a visitar. Edifícios lindos, monumentos maravilhosos, enquanto o guia contava um bocadinho da história da cidade.
- O trajecto parou no Palácio de Schönbrunn. Lindo, maravilhoso. Sinceramente, eu nem sabia para onde olhar. E quando descobri que pessoas ‘normais’ moravam lá, em apartamentos? (normais é o escambau, tem que ter muito dinheirinho para isso). Amei o passeio, mas detestei o final. É que o guia nos ‘esqueceu’ lá no palácio e o autocarro foi embora. Lá voltamos nós (eu, LF, duas amigas e um casal de açorianos) de metro até o local previsto para o fim do passeio, junto ao edifício da Ópera Nacional, em pleno coração da Ringstrasse. Nada grave, porque o passeio terminava ali mesmo.Mas, como diria Jack, o estripador, “vamos por partes”.
Saída de Lisboa
- Jantar a correr, mas em excelente companhia. Conheci a Marcita e o marido. Casal fantástico. Super-simples e simpático. Adorei conhecê-los. Fiquei com muita pena do nosso encontro ter sido por pouco tempo, mas espero que se repita em breve.
- Avião da SkyEurope apertadinho. Mas, como em 99,9 por cento das vezes viajo em económica (só viajei uma vez em executiva e amei, mas o bolso não permite, né?) não dá para reclamar. Como foi de madrugada, dormi um bocado e nem senti falta de comidinha (é tudo pago à parte). Na chegada, um aeroporto que achei pequeno e sem muitas indicações em inglês. Enquanto a mala não chegava aproveitamos para comprar um bilhete no autocarro que vai até o centro da cidade e, melhor ainda, um passe para nós os dois, válido pelos quatro dias.
-No caminho para o hotel ainda estava um bocadinho escuro, e não vi muitas coisas. Além disso, pegámos o metro e aí é que não vi nada mesmo. O hotel ficava a uns 50 metros da estação de Taubstummengasse. Maravilha. Era o Hotel Johann Strauss, e eu adorei. Mal chegamos e compramos logo um City-Tour, para identificar os sítios a visitar. Edifícios lindos, monumentos maravilhosos, enquanto o guia contava um bocadinho da história da cidade.
- Chegando à Stephansplatz, somos recebidos pela Stephansdom (catedral de S. Estêvão). Linda, linda. Um cartaz anunciava que, no feriado de 01 de Novembro, haveria um culto especial, onde seria tocado o órgão. LF quase cortou os pulsos quando percebeu que, no sábado, iriam tocar o Requiem de Mozart. AAAAAAAAARGH.
- Voltamos para o Hotel e comemos qualquer coisinha, e tirámos uma soneca, porque ninguém é de ferro depois de uma noite sem dormir. Fomos depois até o Hofburg, onde fica o museu…… da SISSI!!!! Ele está dividido em duas partes e, como já era tarde, cerca de 16 horas, e o museu fechava às 17h30, só vimos uma, a exposição ‘Silver Collection’, onde estavam à mostra os utensílios (em ouro, prata, porcelana finíssima) que eram usados pela família real. Eu estava absolutamente encantada.
- Nesse dia fomos jantar num restaurante italiano perto do hotel. Eu estava cheia de medo dos preços, mas acabámos por pagar o mesmo que em Portugal. E a comida estava maravilhosa. Fomos dormir num quarto super-quentinho (estava frio em Viena, mas um frio muito gostoso).
- Nesse dia fomos jantar num restaurante italiano perto do hotel. Eu estava cheia de medo dos preços, mas acabámos por pagar o mesmo que em Portugal. E a comida estava maravilhosa. Fomos dormir num quarto super-quentinho (estava frio em Viena, mas um frio muito gostoso).
quarta-feira, novembro 07, 2007
quarta-feira, outubro 24, 2007
Eu vou, eu vou...
Eu devia ter entre seis e sete anos quando este episódio ocorreu. Não lembro se o meu irmão mais novo já era nascido, mas isso também não é importante:
Esse dia devia ser feriado, porque não fui às aulas. Sempre gostei da escola, talvez por me sentir muito solitária. Lembro, como se fosse hoje, do dia em que fui “barrada” no jardim-de-infância, porque ao invés de usar calças vermelhas em tecido, usava calças vermelhas de lãzinha. Para as directoras devia ser mais importante manter um sistema igualitário (era um jardim-de-infância público e, se calhar, eu parecia muito ‘phina’ com aquelas calças), do que ligar para os sentimentos de uma criança que foi proibida de entrar na escola. Lembro de chorar até soluçar em cima do balcão da padaria, ao lado da caixa registadora. Um trauma.
E porque nunca faltava às aulas – nem meu pai o permitiria, a não ser que eu estivesse já com um pé no caixão – penso que devia ser um feriado. Todos os dias, depois do jornal da hora do almoço, passava o “Vale a Pena Ver de Novo” e a famosa “Sessão da Tarde”. Eu adorava os filmes… Assisti muitos clássicos e romances “água com açúcar”, já que os clássicos mais densos ficavam para a madrugada (mas, eu só descobri a “Sessão Coruja”, como se chamava, quando cheguei à ‘aborrescência’).
Naquele dia estava programado um filme que marcou a minha vida e os meus sonhos de criança: “Sissi”.
A princesa era linda e a história era mais bonita ainda (para os meus pobres padrões românticos e infantis). Inesquecível a cena em que a irmã pensa que ele lhe vai entregar as rosas (o que simbolizava que ela era a noiva escolhida por ele), e o príncipe entrega à Sissi.
Devorei o filme e chorei rios de lágrimas pelos dois dias seguintes, porque passavam os outros dois filmes da trilogia e eu tinha que ir para o colégio. A minha mãe foi inflexível.
Para piorar, a Jaqueline, minha amiga lá na rua, também filha de portugueses, ganhou uma boneca Sissi. Era linda. Bem, eu tinha uma Susie, que a minha mãe trouxe quando foi à entrega do espadim do meu irmão Carlinhos. Mas, apesar do vestido comprido vermelho que ela tinha, não se comparava ao vestido de baile da Sissi…
Muitos e muitos anos depois, se não estava na faculdade estava prestes a entrar, vi num clube de vídeo os três filmes e outros com a mesma actriz, Romy Schneider. É claro que não sosseguei enquanto não assisti todos os que estavam disponíveis (A triologia da Sissi, Os Jovens Anos de uma Rainha, o Imperador e a Padeira, Ludwig).
Já em Portugal, comprei uma biografia sobre Sissi (A Imperatriz) e um outro livro onde romanceiam um ‘possível’ episódio de sua vida (A Valsa Inacabada).
Sempre que falava a LF que um dia gostava de lá ir, ele dizia que a Áustria era um lindo país (já lá esteve), mas que era muito caro.
Bem, o meu sonho de infância vai realizar-se na próxima terça-feira: Vamos até Viena! Eu vou ver o castelo da Sissi!
Esse dia devia ser feriado, porque não fui às aulas. Sempre gostei da escola, talvez por me sentir muito solitária. Lembro, como se fosse hoje, do dia em que fui “barrada” no jardim-de-infância, porque ao invés de usar calças vermelhas em tecido, usava calças vermelhas de lãzinha. Para as directoras devia ser mais importante manter um sistema igualitário (era um jardim-de-infância público e, se calhar, eu parecia muito ‘phina’ com aquelas calças), do que ligar para os sentimentos de uma criança que foi proibida de entrar na escola. Lembro de chorar até soluçar em cima do balcão da padaria, ao lado da caixa registadora. Um trauma.
E porque nunca faltava às aulas – nem meu pai o permitiria, a não ser que eu estivesse já com um pé no caixão – penso que devia ser um feriado. Todos os dias, depois do jornal da hora do almoço, passava o “Vale a Pena Ver de Novo” e a famosa “Sessão da Tarde”. Eu adorava os filmes… Assisti muitos clássicos e romances “água com açúcar”, já que os clássicos mais densos ficavam para a madrugada (mas, eu só descobri a “Sessão Coruja”, como se chamava, quando cheguei à ‘aborrescência’).
Naquele dia estava programado um filme que marcou a minha vida e os meus sonhos de criança: “Sissi”.
A princesa era linda e a história era mais bonita ainda (para os meus pobres padrões românticos e infantis). Inesquecível a cena em que a irmã pensa que ele lhe vai entregar as rosas (o que simbolizava que ela era a noiva escolhida por ele), e o príncipe entrega à Sissi.
Devorei o filme e chorei rios de lágrimas pelos dois dias seguintes, porque passavam os outros dois filmes da trilogia e eu tinha que ir para o colégio. A minha mãe foi inflexível.
Para piorar, a Jaqueline, minha amiga lá na rua, também filha de portugueses, ganhou uma boneca Sissi. Era linda. Bem, eu tinha uma Susie, que a minha mãe trouxe quando foi à entrega do espadim do meu irmão Carlinhos. Mas, apesar do vestido comprido vermelho que ela tinha, não se comparava ao vestido de baile da Sissi…
Muitos e muitos anos depois, se não estava na faculdade estava prestes a entrar, vi num clube de vídeo os três filmes e outros com a mesma actriz, Romy Schneider. É claro que não sosseguei enquanto não assisti todos os que estavam disponíveis (A triologia da Sissi, Os Jovens Anos de uma Rainha, o Imperador e a Padeira, Ludwig).
Já em Portugal, comprei uma biografia sobre Sissi (A Imperatriz) e um outro livro onde romanceiam um ‘possível’ episódio de sua vida (A Valsa Inacabada).
Sempre que falava a LF que um dia gostava de lá ir, ele dizia que a Áustria era um lindo país (já lá esteve), mas que era muito caro.
Bem, o meu sonho de infância vai realizar-se na próxima terça-feira: Vamos até Viena! Eu vou ver o castelo da Sissi!
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