sexta-feira, agosto 17, 2007

Tudo na mesma como a lesma


Tenho tido pouco a dizer. Não tenho feito nada de especial, não aconteceu nada de fantástico na minha vida. Se a Priscila estivesse aqui, diria: “Fogo, véio… é sempre a mesma coisa. Você nunca tem nada para contar”.
Mandei um e-mail, para o Consulado do Brasil, a perguntar pelo meu título de eleitor e outras coisinhas mais. Pensei que iria demorar séculos a receber uma resposta. Contudo, no mesmo dia já tinha as respostas, dadas pela Cônsul-Geral Adjunta, num e-mail muito simpático.
Fiquei mesmo feliz. Pena é que, quando lá for, vou passar horas à espera de uma simples informação. E também não vou conseguir resolver tudo num dia.

E para não dizer que não acontece nada, hoje é um dia especial.
Há 29 anos atrás ele apareceu no mundo.
Não lembro da minha mãe grávida (será que ‘apaguei’ propositadamente da memória?), mas recordo que, quando ele nasceu, no dia seguinte, ou depois, me levaram ao hospital para vê-lo.
O que lembro desse dia: eu estava tão gordinha, que as calças apertavam na cintura. Até a minha mãe se espantou com isso, porque eu nunca fui gorducha. Nessa altura, andava a comer quase uma bisnaga sozinha (carência? Medo do bebé que poderia tomar o meu lugar?).
Bem, não tenho muitas lembranças dele bebé, com excepção dos lindos caracóis que ele tinha e da sua cara de mau, sempre com os machinhos carregados. Quando ele fez um ano, a minha mãe cortou o cabelo dele, e lá foram os caracóis. O mau feitio continuou.
Conforme os anos foram passando, os nossos conflitos eram cada vez maiores. Ele não conseguia aceitar o facto de ter uma irmã (leia-se, mulher) mais velha e com mais direitos do que ele. Eu não conseguia perceber porquê ele teve todos os bonecos do rambo (e muitos mais), enquanto a minha “pepa” foi comprada pela minha mãe e irmãos quase às escondidas do meu pai.
Saímos na porrada inúmeras vezes. Também nos defendemos outras tantas.
Acho que um dos dias mais tristes na vida dele foi quando casei. Até hoje evito um bocado ver as fotos do meu casamento onde estamos juntos. Poucos conseguirão perceber, mas eu vejo que o olhar dele está carregado de sentimentos. Sei que ele sentia que o estava a abandonar.
Não é o melhor irmão do mundo, mas também não é o pior. Ele só precisa crescer, de verdade. Tenho pena, porque sei que ele é o tipo de pessoa que só aprende com os próprios erros, e eu sei que ele, infelizmente, comete vários, e ainda vai cometer muitos outros.
De qualquer forma, é o meu irmão mais novo (a bem dizer, o único que tenho).


Feliz aniversário, Júnior.

PS- Essa foi a mensagem que saiu publicada no jornal.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com você Naninha...só espero ainda estar viva para ver essa mudança.Está difícil, mas não é impossível!!
Beijos.

Anónimo disse...

Oi!
Olha, o Consulado responde bem rápido mesmo, é ótimo. Também tenho que buscar meu título lá. Quando for, avisa!
Beijos